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Hong Kong reduz conexões com aeroporto para impedir protestos, que continuam neste domingo
O aeroporto - o oitavo mais movimentado do mundo - se tornou um alvo frequente do movimento que pressiona as autoridades por mais direitos democráticos.
- - G1 / FolhaGO
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Hong Kong reduziu neste domingo (22) as conexões ferroviárias e de ônibus com o aeroporto da cidade e reforçou o controle policial, em uma tentativa de impedir os protestos dos ativistas pró-democracia que pretendem perturbar o funcionamento do terminal aéreo estratégico.
O aeroporto - o oitavo mais movimentado do mundo - se tornou um alvo frequente do movimento que pressiona as autoridades por mais direitos democráticos.
Os fóruns on-line utilizados pelo movimento, que não tem líderes, convocaram uma ação no aeroporto, pedindo um "teste de resistência", código para interromper as viagens ou ocupar edifícios.
Para tentar evitar o deslocamento de um grande número de manifestantes, as conexões ferroviárias entre o aeroporto e o centro de Hong Kong foram interrompidas em algumas estações. As viagens de ônibus também foram limitadas.
Neste domingo, houve novos protestos, que começaram pacíficos, mas acabaram ficando violentos, com a polícia lançando bombas de gás lacrimogêneo e borracha no shopping New Town Plaza, localizado na periferia de Sha Tin.
Os manifestantes deixaram um rastro de destruição no centro de compras e na estação de metrô Sha Tin, que teve as instalações, como câmeras de segurança e máquinas de venda de ingressos, quebradas.
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Manifestantes antigovernamentais fazem protesto em um shopping center em Sha Tin, Hong Kong, China — Foto: Aly Song/Reuters
Os protestos também foram registrados em outros shopping centers, como o V Walk, em Nam Cheoung, e o luxuoso Elements, em West Kowloon.
Os manifestantes escolheram esses shopping por estarem próximos à MTR, que apoiou o governo - principal acionista da empresa - contra o movimento de protesto.
Os manifestantes haviam planejado uma manifestação fora do Aeroporto Internacional de Hong Kong para interromper as operações neste domingo, mas a MTR suspendeu o serviço em estações expressas do aeroporto. Da mesma forma, a polícia destacou um grande número de agentes dentro e perto do aeroporto.
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Objetos deixados por manifestantes para bloquear entrada da polícia em shopping e estação de metrô de Sha Tin, em Hong Kong — Foto: Jorge Silva/Reuters
Hong Kong enfrenta a mais grave crise política desde sua devolução à China em 1997, com manifestações e ações quase diárias, incluindo algumas que terminam em confrontos violentos entre manifestantes radicais e as forças de segurança.
O aeroporto, pelo qual passaram 74 milhões de passageiros em 2018 - dez vezes a população de Hong Kong - virou um alvo recorrente dos manifestantes nas últimas semanas.
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Manifestantes usam sombrinhas para se proteger da polícia em Sha Tin, em Hong Kong — Foto: Aly Song/Reuters
Em agosto, o movimento organizou vários dias de protestos no local, para sensibilizar os turistas sobre seus objetivos.
Mas a ação saiu de controle quando manifestantes entraram na área de desembarque para impedir o acesso dos passageiros à zona internacional.
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Manifestantes protestam no aeroporto de Hong Kong na manhã do dia 1º de setembro — Foto: REUTERS/Tyrone Siu
Centenas de voos foram cancelados na ocasião e dois homens, acusados pelos manifestantes de espionagem a favor de Pequim, foram agredidos, uma situação que teve um grande impacto na opinião pública.
No início de setembro, os manifestantes bloquearam o aeroporto novamente, o que obrigou as empresas que operam as conexões ferroviárias com o centro da cidade a suspender os serviços porque os ativistas jogaram objetos nos trilhos. Alguns acessos rodoviários também foram bloqueados.
Em 7 de setembro, uma ação no aeroporto fracassou devido à mobilização de um grande número de policiais.