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Nicolás Maduro apela pela paz em carta dirigida ao povo dos EUA
EUA lideram coalizão de países que levará ajuda humanitária para a Venezuela. Grupo de Contato Internacional decidiu enviar uma missão técnica ao país.
- / - G1 / FolhaGO
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O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, assinou nesta quinta-feira (7) uma carta aberta dirigida ao povo dos Estados Unidos pedindo pela paz em seu país e que o presidente americano, Donald Trump, tire suas "mãos" da Venezuela.
"Acabo de assinar pela paz, acabo de assinar pela soberania sagrada da Venezuela em apoio ao direito à independência, à autodeterminação", disse, após assinar a carta em um ato com simpatizantes no centro de Caracas.
No poder desde 2013, Maduro enfrenta o desafio imposto pelo chefe do Parlamento, Juan Guaidó, que há 15 dias disse ter assumido o Executivo interinamente diante do que ele classifica de "usurpação" do líder chavista. Iniciativa ganhou apoio dos Estados Unidos, além de vários países europeus e latino americanos.
Para Maduro, ele é alvo de um golpe impulsionado pelos Estados Unidos, que foram o primeiro país em reconhecer Guaidó como presidente interino. O país lidera uma coalizão de países que levará ajuda humanitária para a Venezuela do Brasil, Colômbia, e uma ilha do Caribe que não foi anunciada ainda.
O presidente venezuelano alerta aos americanos na carta que "os próximos dias definirão o futuro de nossos países entre guerra e paz".
"Seus representantes em Washington querem enviar às nossas fronteiras o mesmo ódio que enviaram ao Vietnã, querem invadir a Venezuela como fizeram em nome da liberdade", afirma no documento.
Maduro afirmou que a Venezuela não precisa dessa ajuda, e rejeita recebê-la argumentando que isso poderia levar a uma invasão armada para produzir uma mudança de governo.
A Venezuela passa por um colapso econômico que dificulta o abastecimento nos supermercados. Segundo a Assembleia Nacional venezuelana, a inflação no país em 12 meses chegou a 2.500.000%.
A ajuda humanitária enviada pelos Estados Unidos aguarda o desbloqueio de uma ponte entre Venezuela e a Colômbia, que foi fechada por militares leais a Maduro na terça-feira (5), segundo relato de um deputado da oposição ao líder chavista.
Grupo de Contato Internacional
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Federica Mogherini, alta representante para Assuntos Externos da União Europeia e Rodolfo Nin Novoa, ministro das Relações Exteriores do Uruguai, assistem a uma coletiva de imprensa após uma reunião de líderes europeus e latino-americanos em Montevidéu — Foto: Andres Stapff/Reuters
Na quinta-feira, representantes de um grupo de países e da União Europeia se encontraram em Montevidéu, no Uruguai, e decidiram enviar uma missão técnica à Venezuela para avançar com o processo eleitoral como solução pacífica para sair da crise no país.
O Grupo de Contato Internacional é composto por sete países que reconheceram Guaidó como presidente interino e o indicado para convocar eleições (Portugal, França, Reino Unido, Alemanha, Espanha Holanda e Suécia). A Itália é o único europeu que não reconheceu o chefe do Parlamento venezuelano.
Entre os quatro latino-americanos, dois países (Costa Rica e Equador, que pertencem ao Grupo de Lima, do qual o Brasil faz parte) reconhecem Guaidó. O Uruguai se anuncia como "neutro" e a Bolívia está alinhada com o regime de Maduro.
Para o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o encontro não é uma iniciativa útil e não deve prosperar.
“Ela parte da premissa da igualdade, entre o governo legítimo de Guaidó e a ditadura de Maduro. A exemplo do passado, essa iniciativa não deve prosperar, apenas retardar a ditadura de Maduro e criar dúvidas sobre o processo. Achamos que não é por aí. É pelo reconhecimento pleno do presidente Juan Guaidó”, explicou, durante coletiva na embaixada do Brasil em Washington.
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