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Após Kremlin confirmar reunião, Donald Trump cancela encontro com Vladimir Putin no G20
Motivo é a escalada da crise entre Rússia e Ucrânia na Crimeia. Segundo presidente dos EUA, militares ucranianos ainda não foram devolvidos ao país.
- / - G1 / FolhaGO
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelou nesta quinta-feira (29) o encontro marcado com o russo Vladimir Putin. O motivo, segundo o norte-americano, é a continuidade da crise entre Rússia e Ucrânia na região da Crimeia.
Pelo Twitter, Trump justificou o cancelamento porque os militares e os navios ucranianos ainda não foram soltos pela Rússia.
....in Argentina with President Vladimir Putin. I look forward to a meaningful Summit again as soon as this situation is resolved!
— November 29, 2018
"Baseado no fato de que os navios e os marinheiros [ucranianos] não retornaram da Rússia para a Ucrânia, eu decidi que seria melhor a todas as partes envolvidas cancelar o encontro anteriormente agendado na Argentina com o presidente Vladimir Putin. Espero ter um importante encontro novamente assim que a situação seja resolvida", tuitou Trump.
- Presidente da Ucrânia quer que Otan envie navios ao Mar de Azov
Os dois chefes de estado tinham uma reunião marcada em Buenos Aires, Argentina, durante a cúpula do G20. Trump havia ameaçado cancelar o compromisso em entrevista ao jornal "The Washington Post", na terça-feira. No entanto, Putin confirmou, nesta quinta, que o encontro ocorreria.
Segundo a agência russa Interfax, Putin não recebeu nenhum comunicado oficial sobre o cancelamento da reunião. Um porta-voz disse que o presidente da Rússia só soube da posição de Trump "pelo Twitter e pela imprensa".
Ainda de acordo com a Interfax, o porta-voz do Kremlin disse que Putin estava a caminho da Argentina nesta tarde e "terá algumas horas a mais para encontros úteis" por causa do cancelamento.
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Os navios estão agora detidos na região da Criméia — Foto: Reuters/Pavel Rebrov
Relação Rússia e Ucrânia
Desde a anexação da península ucraniana da Crimeia em 2014, a relação de ambos países está em seu pior momento.
Sobre o incidente do último domingo, a Rússia denuncia uma "provocação" e uma violação do direito internacional. Por sua vez, a Ucrânia denuncia um "ato de agressão" de Moscou e pede a libertação dos marinheiros e o regresso dos navios.
Acusados de ultrapassar a fronteira russa de maneira ilegal, 15 marinheiros ucranianos, dos 24 detidos, estão em detenção preventiva até 25 de janeiro. Os demais vão comparecer perante a justiça nesta quarta-feira.
O presidente ucraniano Petro Poroshenko evocou na terça à noite a "ameaça de uma guerra" com a Rússia. Nesta quarta, ele promulgou lei marcial em 10 regiões fronteiriças do país e nas regiões costeiras do Mar Negro e Azov.
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Mapa mostra trajeto das embarcações da Ucrânia atacadas por navios da Rússia — Foto: Fernanda Garrafiel/G1